Mil coisinhas complicaram a nossa tarde de partida. Pensamos que teríamos tempo de sobra ... Houve até problema com as senhas do aplicativo do banco e isso levou boa parte da tarde para resolver. Também rolou um contratempo com a assinatura de um cheque. Sabe aquilo que nunca acontece, que não existe a possibilidade de acontecer e que justo na última hora inacreditavelmente acontece ? Taí. Parece olho gordo. Eu hein. Persistimos e ficou tudo certo.
Saímos pro aeroporto muito depois da hora programada, às 18:40. Maior trânsito. Maior chuva. Maior nervoso. Carro carregado até o teto. Eu bronqueando um pouco. Marcelo quieto, só observando, a calma em pessoa. No meio do caminho resolvi dar as gotinhas pra Bru, tipo pra adiantar o serviço, já que o carro não andava mesmo. A veterinária receitou Acepram, com a prescrição de até três gotas por quilo. Esse remédio, nessa dosagem, deixa o animal acordado, mas sem se incomodar com os estímulos externos, parecido com um relaxante muscular. Decidimos administrar uma gota por quilo para não deixá-la grogue; recomendação da companhia aérea para caso de turbulência o animal ter reflexos e não se bater todo na caixa. Seriam 13 gotas. Consegui contar 11, mas pode ter sido um pouquinho mais, porque tava meio escuro e ela virava a cabeça, aborrecida. Em menos de 10 minutos ela se afrouxou toda e deitou no colo. Como assim ??? Marcelo leu na bula que o efeito viria em 45 minutos. Ai meu Deus ! Pânico ! Será que exagerei na dose ? E nós no engarrafamento. Vou matar a coitada ? A chuva tinha virado um aguaceiro daqueles e o tempo correndo furioso. De tão nervosos começamos a rir.
Calma que sempre pode piorar: carro alugado deve ser entregue de tanque cheio. E ? E ? E ? Claro que não fizemos isso antes. Toca parar num posto pra abastecer.
Quando finalmente chegamos na locadora, atrasados pra caramba, uma hora após sair de casa, ligaram da TAP perguntando onde estávamos, se embarcaríamos e avisando que para o voo das 21:10 o embarque encerraria as 20:10.
Bru já não caminhava, tadinha. Parecia bêbada. Fiquei com ela no colo enquanto Marcelo resolvia as coisas. O pessoal da locadora agilizou tudo bem rápido, baldearam as malas para outro carro e chegamos no terminal de embarque às 20:00 hrs em ponto.
Colocamos tudo em 3 carrinhos e a Bru dentro da caixa de transporte acordada, deitadinha, com olhar vidrado e sem entender nada. Marcelo correu pro checkin e depois veio nos buscar. Já não tinha mais nenhum passageiro e isso foi bom. Pessoal de terra super atenciosos. Conferência de passaportes, documentação e bagagem, ok.
Lembram da frasqueirinha vermelha que era excesso de bagagem desde sempre ? Lotada de potes, frascos, tubos e líquidos de maquiagens e afins ? Pois é. Quando falaram que o valor era de 150 euros por volume em excesso, Marcelo ficou branco. Não dá. Muito caro. Tiramos as embalagens acima de 100 ml e enfiamos numa mala, pensando que tava tudo resolvido pra levá-la como bagagem de mão.
Cartão de embarque em mãos, malas despachadas e Bru encaminhada junto com a tripulação, apavorada e sem poder se mexer, nos dirigimos pro embarque.
Meu querido padrinho tio Luiz se deslocou até o aeroporto na intempérie para se despedir. Tamanho o atraso e correria, mal e mal falamos, nos abraçamos, ganhamos um presente, votos de boa viagem e partimos rumo à esteira do raio x, eu já querendo chorar porque essas despedidas todas mexeram comigo e me tornaram ainda mais chorona.
Meus amigos, que vergonha. Praticamente todo o conteúdo da frasqueirinha vermelha era proibido e algumas outras coisas que estavam na mala de mão oficial também. Para voos internacionais os líquidos e cremes abaixo de 100 ml devem estar acondicionados em embalagens plásticas lacradas; sim, tudo certo, todo mundo sabe disso, mas essa bagagem era pra ser despachada, confere ? Tava tudo errado. Abriram tudo. Mexeram em tudo. Devassaram a frasqueirinha. Nada passava. Entrei em pânico, já de cara torta com meu querido marido. Ele havia dito que o conteúdo da frasqueira não valia 150 euros. Meus adorados perfumes, esmaltes, cremes ... tudo no lixo ??? A não pode. A moça da esteira, vendo aquela situação, ficou com pena e sugeriu que comprássemos os saquinhos plásticos logo ali na saída, dava tempo. Lá se foi Marcelo, voando. Em menos de dois minutos ele voltou com 4 embalagens, enfiamos tudo dentro com a ajuda de todas as pessoas que por ali estavam, agradecemos e ufa ! passamos pela imigração e chegamos no portão de embarque às 20:55.
Não foi dessa vez que perdemos o voo, mas estamos nos esforçando para isso !!
Que história! Emocionante!!! Super correria!!!
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