Brunety, Odety e Margarety !

Teria sido perfeito !

Há tempos pensamos em adotar outro peludo. 

Brunety deixou e deixa dia a dia a nossa vida tão, mas tão mais alegre, divertida, amorosa e todos os outros adjetivos que eu poderia descrever em continuação a esses que vínhamos pensando em aumentar a família. 

Na corrida da manhã, lá pros lados da Ponte Vasco da Gama, duas fêmeas de no máximo 4 meses saíram da plataforma latindo atrás da Bru. Pensamos que fossem de uma senhora que por ali passava, ficamos de olho na bagunça que fizeram e seguimos adiante. Na volta continuavam por ali e novamente saíram atrás da Bru. 

Abandonadas ! 

Que dó ! 

Acuavam desesperadas demarcando o novo território que talvez lhe tivessem feito aceitar na escuridão da noite. 

Paramos a corrida, nos aproximamos e bateu aquele sentimento de tristeza, compaixão e esperança. Quem sabe seriam elas ?

Marcelo sentou, elas se aproximaram faceiras com um olho nele e outro na Bru. A confusão recomeçou e fomos embora.

Quem disse que poderíamos ficar bem sabendo daquela situação ?

Tomamos banho, pegamos ração, água e voltamos. Demos comida, água, carinho e tentamos uma aproximação pacífica com Brunety. Odety e Margarety não paravam de latir. Brunety respondia a altura, furiosa como nunca vimos. Às vezes partia pra cima. Mudamos de lugar, pegamos no colo uma a uma para que se cheirassem,  retiramos do território, jogamos bolinha e nada. 

Não deu.

Passamos a tarde tentando. 

Frustante. 

Odety seria a menor orelhuda.

Margarety seria a maiorzinha de olhos azuis.

Lindas as duas !

Estavam com machucados pelo corpo e Margarety com as unhas cortadas demais, inchadas e inflamadas. Não sei como vou esquecer as duas lá, largadas a própria sorte, indefesas como tantos outros. 

Enfim ... às vezes não é possível.

Rezo para que o anjinho protetor dos animais olhe por elas e lhes dê a chance de um lar amoroso e feliz como tem a sortuda da Brunety.